Já faz algum tempo que o Vinícius e eu denominamos de conjunto mente-cérebro à dupla dinâmica e indissociável formada pela mente, pelo cérebro e pelo fosso existente entre eles. Nesse episódio conversamos sobre a proposta de Thomas Fuchs, professor catedrático da clínica psiquiátrica da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, sobre o desenvolvimento e as funções do cérebro, apresentadas no livro “Ecology of the brain”, de 2018. Ele diz que a fenomenologia é a via para compreensão da singularidade de cada indivíduo, mas incorpora nessa visão os conhecimentos derivados dos avanços da neurociência.

José Alexandre Crippa é psiquiatra, Professor Titular de Psiquiatria do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; Coordenador dos serviços de Ansiedade; Psicogeriatria e Interconsulta em Saúde Mental do Hospital das Clinicas e pesquisador de produtividade em pesquisa do CNPq (nível 1A). Suas principais linhas de pesquisa são: efeitos terapêuticos de canabinóides, ansiedade social, instrumentos de avaliação em psiquiatria e interconsulta psiquiátrica. A conversa com ele foi muito agradável e, como sempre, enriquecedora.

É de conhecimento geral que a literatura médica é enviesada; valoriza mais os resultados positivos. Os estudos com resultados negativos são publicados com menos frequência mesmo sendo tão importantes quanto os seus “primos ricos” na construção do conhecimento científico, desde que provenientes de boas fontes. Na sua falta, mesmo as metanálises de extensos bancos de dados não fornecerão sínteses confiáveis e resultarão em desinformação para pesquisadores, clínicos e legisladores

Em uma entrevista psiquiátrica, quando chega o momento de avaliar um transtorno de personalidade, muitas dúvidas aparecem: Quando e como devo perguntar sobre um transtorno de personalidade? Devo apenas colher uma história de vida e a partir daí fazer o diagnóstico, ou devo perguntar por sintomas específicos? É possível fazer o diagnóstico de um transtorno de personalidade na primeira consulta? Neste episódio do PQU Podcast vamos delinear estratégias de investigação de transtornos de personalidade que podem ajudar você, entrevistador diligente, a se tornar mais eficiente na coleta de informações confiáveis e elucidativas.

Esse episódio do PQU Podcast baseia-se em artigo de Julian Leff, professor emérito do Instituto de Psiquiatria do King’s College, em Londres. Ele próprio descreveu esse texto como uma colcha de retalhos, uma colagem, que incorpora muito do que ele aprendeu, observou e vivenciou ao longo de sua longa e prolífica carreira como psiquiatra e pesquisador. Ao que ele relatou acrescentei algo de minha experiência pessoal nesses campos de atuação e do que conversei com amigos psiquiatras com experiência clínica e em pesquisa muito maior que a minha.

A depressão psicótica é um transtorno psiquiátrico grave, causa intenso sofrimento e coloca o paciente em risco. Infelizmente o tratamento da depressão psicótica encontra-se em um campo da pesquisa em psiquiatria de pouco interesse por parte dos grupos de pesquisa, indústria farmacêutica e fontes de fomento. Como consequência, as evidências são escassas e de qualidade questionável. No episódio de hoje tivemos o trabalho de compilar as melhores informações que possam ajudar nas suas decisões clínicas.

O TEPT é perturbador e limitante – interfere significativamente com o desempenho funcional da pessoa e compromete sua qualidade de vida. Estima-se que sua prevalência para a vida toda seja de 8%, mas esse índice certamente é maior em zonas de conflito e mais propensas a desastres naturais. Nesse episódio do PQU Podcast apresentamos uma revisão concisa, acessível e atualizada, das abordagens terapêuticas de pacientes com TEPT baseadas em evidências.