Na boa luta pela adesão ao tratamento, nós psiquiatras somos os especialistas. Tanto o respeito pela autonomia do paciente e o manejo da ambivalência, técnicas oriundas da Entrevista Motivacional, quanto a tríade da escolha, vinda do Medication Interest Model, são armas importantíssimas nesta luta. No primeiro episódio da nona temporada do PQU Podcast, descrevemos estes conceitos e mostramos como eles são úteis ao conversarmos com nossos pacientes sobre o encaminhamento terapêutico proposto.
A 5ª edição do DSM denominou transtorno depressivo persistente, o que desde o DSM-III vinha sendo chamado de distimia. Junto com a mudança de nome, como veremos no episódio 171 do PQU Podcast, houve expansão da abrangência desse diagnóstico. Queremos crer que isso foi feito com a melhor das intenções, mas, ao nosso ver, o que já era ruim ficou pior. Não é por isso que deixaremos de abordar esse tema espinhoso, mesmo porque, independentemente da denominação, os quadros depressivos crônicos representam mais de 30% dos casos de depressão em um serviço de psiquiatria geral de adultos.
Ao longo da história da psiquiatria, observa-se oscilação entre uma visão biológica e outra mentalista das doenças mentais. Existe na nossa especialidade esse movimento pendular entre duas formulações aparentemente antitéticas: de um lado, a crença de que a origem dos transtornos psiquiátricos é exclusivamente mental (uma psiquiatria sem cérebro), e, do outro, de que seria puramente cerebral (uma psiquiatria sem mente). Será possível um meio-termo? Acreditamos que sim.
Como na milenar parábola dos cegos que tentam decifrar as formas de um elefante, nós tentamos, a partir de diversas disciplinas distintas, entender toda a complexidade do transtorno depressivo maior e seu tratamento. O psiquiatra e pesquisador Charles Nemeroff escreveu uma revisão sobre o assunto, e é isto que vou apesentar e comentar para você neste episódio do PQU Podcast!
Em 2009, O NIMH, National Institute of Mental Health, o instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, lançou o RDoC, abreviação de Research Domains Criteria, como uma maneira de organizar a pesquisa básica em neurociência com a pretensão de fundamentar novo sistema de diagnóstico em psiquiatria. Nesse episódio do PQU Podcast apresento o RDoC para, a seguir, criticá-lo e dar nossa opinião sobre o assunto.
Significância estatística e relevância clínica se referem a dois aspectos complementares da pesquisa biomédica. O primeiro tem a ver com a confiabilidade dos achados. O segundo com sua importância para a prática clínica. Existem resultados que são estatisticamente significativos e clinicamente relevantes. Há também os que têm relevância clínica, mas não significância estatística. A avaliação da relevância clínica dos resultados estatisticamente significativos da pesquisa é crucial para que se faça a transferência de conhecimento da pesquisa para a prática clínica.
É crescente o consumo de medicamentos psicoestimulantes, aprovados e usados no tratamento de casos de TDAH e de sonolência excessiva, como forma de potencialização cognitiva. Não somos adeptos e nem aprovamos essa prática pela falta de evidências científicas que a subsidiem, pelos riscos nela embutidos e por motivos éticos que serão abordados nessa nossa conversa.